No final do ano passado, um ensaio de repercussão na revista Parameters, do Army War College, a escola superior de guerra dos EUA, lançou uma ideia que chamou de “Ninho quebrado”. Partia de um provérbio chinês, “Num ninho quebrado, como pode haver ovos inteiros?”, para defender “uma estratégia de terra arrasada que tornaria Taiwan pouco atraente, se tomada à força”.
Especificamente: “destruir as instalações pertencentes à TSMC, a fabricante de chips mais importante do mundo”.
Há uma semana, no auge da crise em torno de Taiwan, o presidente da TSMC surgiu na CNN alertando que, em caso de invasão, sua fábrica se tornaria “não operável“. “A guerra não traz vencedores, todos perdedores”, afirmou Mark Liu.
Também coincidindo com a crise, o Congresso americano aprovou finalmente o Chips Act, um incentivo bilionário do governo para empresas privadas montarem fábricas de chips ou semicondutores nos próprios EUA, diminuindo sua dependência de Taiwan.
A China já havia dado incentivo semelhante, diante das crescentes sanções americanas à compra de chips avançados de Taiwan pelas empresas chinesas.
O Chips Act, defendeu o New York Times em editorial, até “pode ser descrito como cópia da China, só que os EUA foram o primeiro grande praticante dessa política industrial”. Já o Wall Street Journal, também em editorial, criticou os “defensores de política industrial” que querem os EUA “imitando” a China em semicondutores —e apontou os problemas que começam a aparecer por lá.
Problemas que são a capa da edição desta semana da Caixin, de Pequim, “Escândalo de suborno lança sombra nas ambições de chips da China”. Desde o mês passado, vários executivos estão sob investigação, numa “tempestade anticorrupção”.
Por outro lado, o investimento acelerado em pesquisa e desenvolvimento de semicondutores pelas empresas chinesas resultou no primeiro com tecnologia de 7 nanômetros, como alguns daqueles produzidos em Taiwan.
Pequim vai reduzindo o impacto do eventual “ninho quebrado” —e Washington a segue, gastando bilhões para não depender da mesma TSMC. Já Taipé vai ficando pelo caminho, sob ameaça de acabar perdendo seus dois grandes clientes.
Nesta sexta, o WSJ noticiou que Joe Biden e Xi Jinping já acertam um encontro pessoal, para novembro.
SERENA VENTURES
Serena Williams, que surgiu pela primeira vez na revista Vogue em 1998 fotografada ao lado da irmã por Annie Leibovitz, escolheu a mesma Vogue para anunciar sua aposentadoria. Soma cinco capas, uma delas com a filha Olympia, tirada por Mario Testino. Na nova edição (acima), novamente com a filha, o fotógrafo é Luis Alberto Rodriguez.
“As revistas femininas existem expressamente para celebrar as mulheres”, descreve o NYT. “As personagens de capa geralmente são bem tratadas, tanto pelos fotógrafos quanto pelos autores. A exposição que recebem as ajuda a conseguir campanhas e papéis como representantes de marca.”
Em mais de duas décadas, ela acumulou patrocinadores como o banco JP Morgan e estabeleceu seu próprio fundo de “venture capital”, agora também aplicando recursos de terceiros.
Dias antes de sair a nova Vogue, fechando um evento da XP noticiado pelo Infomoney, site de própria corretora, a tenista afirmava que “o Brasil seria um ótimo país” para negócios.
Fuente FOLHA DE S.PAULO