São imponentes e magníficos. Depois, o som dos motores com mais de 500 cv, os aromas que deixam no ar e as cores das marcas da época proporcionam um espetáculo emocionante, que não deixa ninguém indiferente. Não é preciso ser petrolhead ou adepto do desporto automóvel para se deixar impressionar por esta geração de carros de F1 que representa hoje um legado inestimável.
As diferenças no design, influenciado pelos avanços da aerodinâmica, caracterizam estes monolugares que conservam as cores e logomarcas originais, celebrando a diversidade de outros tempos, quando os carros não eram tão idênticos como hoje.
No fim de semana de 07 a 09 de outubro de 2022, o Autódromo do Estoril, em Cascais, vai receber a 6ª edição do Estoril Classics. O programa conta com 15 corridas e a formação de 11 grelhas de partida, sendo que o destaque do evento vai para as duas corridas de Classic F1, com monolugares produzidos até 1986, nas quais vamos ver (ou rever) 18 modelos icónicos da Fórmula 1, de novo em ação.
Há muito que estes carros atingiram a idade da reforma. Dignos de figurar na coleção de um qualquer museu do automobilismo, estes bólides recusam-se a envelhecer e continuam a mostrar do que são capazes no seu habitat natural. O lugar deles é na pista, desafiando o tempo e a gravidade.
Lotus 91, Williams FW08 e Ligier JS11 são alguns dos protagonistas que vão estar em pista, trazendo ao presente o espírito da F1 das décadas de 1970 e 1980. Lembra-se deles?
Preto e dourado, com a clássica decoração da John Player Special, o Lotus 91 é outro protagonista nesta edição do Estoril Classics. O modelo que vamos ver no Circuito do Estoril é o mesmo que participou no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 de 1982. Nesse ano, Nigel Mansell e Elio de Angelis, tragicamente desaparecido aos 28 anos num acidente em Paul Ricard, em maio de 1986, formavam a dupla de pilotos da Lotus.
Projetado por Colin Chapman, este Lotus também tem um motor V8 Cosworth de três litros, com caixa manual de cinco velocidades. A potência era a comum na época, em torno dos 500 cv a regimes próximos das 11 mil rpm.
O Lotus 91 é um dos primeiros carros de Fórmula 1 a ser construído em fibra de carbono e kevlar, sendo também o último a receber a assinatura de Colin Chapman. O chassis mais leve deu ao 91 a margem para lutar em pista contra carros que já usavam motores com turbocompressor, mais rápidos e potentes. Este foi também o primeiro chassis da Lotus a usar travões em carbono, melhorando bastante a performance.
Em termos aerodinâmicos, o desenho da carenagem pretendia obter o máximo partido do efeito-solo, cobrindo os radiadores laterais ao longo do comprimento do carro, estendendo-se até às rodas traseiras.
No entanto, o Lotus 91 era conhecido por ser um monolugar bastante sensível em pista, sendo por alguns considerado um dos carros de F1 mais difíceis de guiar.
Fuente Observador