Autoridades da Coreia do Norte decretaram lockdown de cinco dias na capital do país, Pyongyang, devido ao aumento de casos de uma doença respiratória que não foi identificada pelo regime, informou na noite desta terça-feira (24, manhã de quarta no horário local) a agência sul-coreana NK News.
Sem mencionar a Covid-19, o regime norte-coreano informou que a população da capital deverá ficar em casa até domingo (29). Em algumas regiões, os moradores serão submetidos a verificação de temperatura várias vezes ao dia.
A Coreia do Norte admitiu a ocorrência de um surto de Covid-19 pela primeira vez em maio do ano passado, mas pouco depois, em agosto, o regime declarou vitória sobre o vírus. A ditadura não especifica, porém, quantas pessoas foram infectadas ou morreram por causa da doença.
Dias depois da admissão de casos de Covid, o regime chegou a anunciar um quadro de “grave emergência nacional”, com mais de 1 milhão de pessoas afetadas pelo que chamou de “febre”. Surtos semelhantes não eram relatados desde julho passado.
Nos últimos dias, a mídia estatal passou a reforçar medidas para conter a disseminação de vírus e diminuir os casos de doenças respiratórias, como a gripe. A agência estatal KCNA informou que a cidade de Kaesong, perto da fronteira com a Coreia do Sul, intensificou as campanhas de comunicação para que todos os trabalhadores “observem voluntariamente os regulamentos antiepidêmicos” em seus ambientes de trabalho.
Até esta terça, porém, a mídia estatal não havia informado sobre o lockdown em Pyongyang. A medida é imposta num momento em que outros países adotam a política de coexistência com o vírus. No mês passado, outro país asiático, a China, anunciou a flexibilização das regras de quarentena após uma série de protestos contestando as restrições mais duras.
A Coreia do Norte tem um dos piores sistemas de saúde do mundo, com hospitais mal equipados e poucas unidades de terapia intensiva. Também não há medicamentos para o tratamento da Covid nem capacidade para testes em larga escala.
Na pandemia, a Coreia do Norte, já então considerado o país mais fechado do mundo, isolou-se ainda mais, proibindo todas as viagens internacionais, inclusive para as vizinhas China e Rússia, e restringindo as domésticas. O objetivo era evitar que a entrada do coronavírus agravasse ainda mais a já abalada situação humanitária no país.
Fuente FOLHA DE S.PAULO
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