A tarefa de preservar as antigas ruínas da cidade romana de Pompeia, soterrada após a erupção do monte Vesúvio em 79 d.C., tem sido compartilhada por arqueólogos e… ovelhas.
As escavações da região localizada na Itália tiveram início há cerca de 250 anos, mas até aqui calcula-se que somente dois terços do local de 66 hectares tenham sido revelados por pesquisadores.
Assim, a preservação de trechos ainda inexplorados da antiga cidade contra a erosão fruto do tempo e das condições climáticas se tornou prioridade. “Se grama e outras plantas crescem nas paredes e casas antigas, torna-se um problema”, diz Gabriel Zuchtriegel, do Parque Arqueológico local.
Dessa forma, explicou à agência Reuters o especialista, a equipe passou a buscar uma abordagem sustentável que evitasse o uso de substâncias químicas para coibir o crescimento de plantas nas paredes e ruínas.
Foi então que um rebanho de 150 ovelhas foi implantado na região conhecida como Regio V, na porção norte de Pompeia. O local ainda não é acessado pelos milhões de visitantes que vão a turismo para a cidade todos os anos, e novas escavações têm sido lançadas ali.
Desde 2018, algumas descobertas surpreenderam a equipe. Entre elas estão afrescos e restos mortais de pessoas mortas durante a erupção.
Zuchtriegel afirma que a iniciativa de usar as ovelhas não contribui para os esforços de redução das emissões de carbono —a digestão de ruminantes, como são as ovelhas, resulta na fermentação e tem como subproduto o metano, um dos gases causadores do efeito estufa—, mas sim ajuda a economizar dinheiro e preservar a paisagem.
“Além de ser algo que dá uma ideia de como era Pompeia na época em que foi redescoberta”, segue o pesquisador. “Formada por bosques, vinhedos e ovelhas, um ambiente essencialmente rural.”
Fuente FOLHA DE S.PAULO
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