Putin admite que Wagner foi financiado pelo Estado russo
O presidente garantiu que entre maio de 2022 e maio de 2023 o tesouro russo pagou mais de um bilhão de dólares ao exército mercenário, o que é ilegal na Rússia.
O líder da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira (27.06.2023) que o financiamento do Grupo Wagner, exército privado de mercenários ilegais segundo a lei russa e que se rebelou contra a liderança militar no último final de semana, estava totalmente a cargo do Estado. orçamento, e que em um ano o tesouro transferiu mais de um bilhão de dólares para eles.
“O Grupo Wagner era totalmente mantido pelo Estado, pelo Ministério da Defesa e pelos cofres do Estado”, disse Putin em uma reunião com soldados russos no Kremlin. “Financiamos totalmente esse grupo”, insistiu. “Espero que ninguém tenha roubado nada ou tenha roubado pouco. Mas, sem dúvida, vamos cuidar disso”, disse, insinuando uma investigação sobre o uso de dinheiro público por mercenários.
Putin especificou que apenas “entre maio de 2022 e maio de 2023, o Estado alocou 86.000 milhões de rublos (cerca de 1.014 milhões de dólares) para a manutenção do Grupo Wagner”. Enquanto isso, o proprietário da empresa Concord e chefe de Wagner, Yevgeny Prigozhin, ganhou 80 bilhões de rublos (cerca de 945 milhões de dólares) em um ano fornecendo alimentos ao exército russo, disse ele.
Eles evitaram a guerra civil, diz ele
Putin também aplaudiu o Exército russo, que, segundo ele, evitou uma “guerra civil” durante a rebelião do grupo paramilitar, apesar de os mercenários terem chegado a 200 quilômetros de Moscou e retornado às suas bases por ordem de seu chefe e praticamente sem encontrar resistência, exceto alguns helicópteros que tentaram deter o avanço da coluna de veículos.
“Você se opôs a esses tumultos, cujo resultado seria inevitavelmente o caos”, disse Putin durante uma cerimônia perante os militares em Moscou. “Na prática, eles evitaram uma guerra civil”, acrescentou. Com semblante sério e cabeça baixa, o líder russo pediu um minuto de silêncio pelos pilotos do exército mortos durante o motim “cumprindo seu dever com honra”.
DZC (EFE, AFP)